São Paulo reduz dívida, mas ainda convive com forte pressão financeira

O São Paulo apresentou sinais de alívio parcial nas contas no último trimestre, mas ainda muito distante de uma situação confortável. Segundo relatório financeiro divulgado em outubro, o clube encerrou setembro com dívida total de R$ 912 milhões, valor ainda elevado, embora R$ 55,5 milhões menor que o registrado no fim de 2024.
➕Guia de Apostas na Libertadores 2025: odds, palpites e dicas para lucrar nos jogos decisivos
O documento também aponta superávit de R$ 19,9 milhões no terceiro trimestre, resultado que interrompeu a sequência de déficits dos dois primeiros períodos do ano. O desempenho foi sustentado pelas vendas de jogadores, que somaram R$ 233 milhões até setembro, e pela redução de dívidas bancárias, que caíram de R$ 259 milhões para R$ 202 milhões.

Autorizada pela Portaria SPA/MF Nº 2.090, de 30 de dezembro 2024 | +18 | Publicidade | T&C Aplicam-se | Jogue com Responsabilidade.
Entre as principais quitações estão R$ 56,9 milhões pagos a instituições financeiras e R$ 14,9 milhões em tributos e provisões. Direitos federativos e intermediações representam uma queda de R$ 2,7 milhões.
Apesar disso, o relatório também registra crescimento nas obrigações trabalhistas e de imagem. As contas a pagar nesse quesito que atingiram R$ 88,7 milhões, além de novos compromissos com fornecedores e acordos de R$ 15,8 milhões.
Gastos acima do previsto e orçamento pressionado
Segundo a comissão financeira do Conselho Deliberativo, o São Paulo segue gastando mais do que o orçado. As despesas totais foram R$ 54 milhões acima do previsto e somaram R$ 457 milhões entre janeiro e junho.
Já as receitas recorrentes, excluindo transferências de atletas, chegaram a R$ 424 milhões, cerca de R$ 66 milhões acima da estimativa inicial.
A folha salarial do elenco profissional foi um dos principais fatores de pressão. O relatório mostra custo mensal médio de R$ 28,3 milhões, cerca de 22% acima do previsto e que o coloca o clube entre as folhas mais altas do Brasil.
O orçamento de 2025 também sofreu impacto com a alta dos custos de operação do Morumbis e das categorias de base, que ultrapassaram as metas internas em 15% e 25%, respectivamente.
O relatório apresentado em agosto já projetava déficit entre R$ 40 e R$ 50 milhões no ano, mesmo com a receita extra obtida nas negociações de atletas. Em 2024, o clube havia fechado o ano com prejuízo de R$ 287 milhões.
Fundos e operações financeiras sustentam o caixa do São Paulo
Para aliviar o fluxo de caixa, o São Paulo tem recorrido a operações estruturadas e fundos de investimento. O FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios), criado em parceria com OutField Ventures e Galapagos Capital, segue ativo e foi o principal instrumento de crédito em 2025.
O fundo, com patrimônio líquido de R$ 400 milhões, possui custo de capital abaixo da média histórica de juros pagos pelo clube. Até setembro, R$ 135 milhões haviam sido injetados no caixa e R$ 39 milhões devolvidos aos investidores. Fator que demonstra uma capacidade de pagamento no curto prazo.
Em paralelo, o Conselho de Administração aprovou em setembro a criação de um fundo voltado ao centro de formação de Cotia, também com a Galapagos. A proposta prevê captação de R$ 250 milhões, dos quais R$ 50 milhões serão destinados à quitação de dívidas e R$ 200 milhões investidos na base de forma parcelada.
“O fundo de Cotia é estratégico porque combina investimento em formação e redução de passivo”, afirmou o presidente Julio Casares após a aprovação.
Perspectiva para o início de 2026
Com receitas limitadas e despesas elevadas, o São Paulo ainda depende da venda de jogadores e da manutenção dos fundos para manter as contas equilibradas no curto prazo. O cenário é considerado de estabilidade controlada internamente, com ligeira queda da dívida, mas sem margem para grandes investimentos.
A projeção mais recente indica que o clube deve fechar 2025 próximo do equilíbrio, com leve déficit, e iniciar 2026 ainda pressionado. A diretoria espera que a combinação entre cortes de custo, novas receitas e desempenho esportivo sustentem a operação. Conquistar a classificação para a Libertadores seria positivo para o orçamento de 2026.











