Os 7 pecados capitais do Flamengo contra o Central Córdoba

Atualizado: 10/04/2025, 21:00
FLAMENGO X CENTRAL CORDOBA - COPA LIBERTADORES - MARACANA

O Maracanã viu, nesta quarta-feira (9), um dos tropeços mais inexplicáveis da história recente do Flamengo na Libertadores. Favorito absoluto, tricampeão da competição, dono de um elenco milionário, sem perder com o time principal na temporada e empurrado por mais de 50 mil torcedores, o Rubro-Negro caiu diante do estreante e modesto Central Córdoba, da Argentina.

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Em campo, além da desorganização e da falta de intensidade, o Rubro-Negro cometeu todos os sete pecados capitais – e pagou o preço.

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1. Soberba

O Flamengo entrou em campo como se a vitória já estivesse garantida. Encarou o Central Córdoba com ares de superioridade, apostando na diferença técnica e histórica entre os dois clubes, ignorando o espírito combativo do adversário. O excesso de confiança, somado ao fato de o clube tratar a Libertadores como “segunda prioridade” na temporada, foi o primeiro erro fatal.

2. Preguiça

O time parecia desligado em campo. A rotação baixa, a falta de intensidade nas transições e a lentidão na recomposição (comparados aos jogos anteriores) demonstraram um time apático. Era como se a partida estivesse sendo encarada como um treino de luxo. O preço foi alto: ao sair atrás no placar, o Flamengo teve que correr contra o tempo e contra si mesmo.

3. Gula

O Rubro-Negro criou inúmeras chances de gol, mas desperdiçou todas. A obsessão por entrar com bola e tudo, o preciosismo nas finalizações e a insistência em jogadas individuais, como se cada lance fosse um lance de gala, tiraram a objetividade da equipe. Faltou o básico: colocar a bola na rede.

4. Ira

Quando o time argentino abriu o placar, a reação do Flamengo foi caótica. A tranquilidade deu lugar ao desespero. As decisões passaram a ser tomadas no impulso. Um exemplo claro foi o cancelamento do planejamento inicial: os jogadores poupados foram acionados logo na volta do intervalo, atropelando a estratégia. A ira só fez o time se desorganizar ainda mais.

5. Inveja

Ao ver um time tão inferior tecnicamente, ganhando tempo na famosa catimba argentina e controlando o placar, o Flamengo pareceu afetado. A tentativa de imitar o espírito de luta dos argentinos foi artificial e desordenada. O Rubro-Negro tentou igualar a garra na marra, mas não tinha mais controle emocional nem tático.

6. Avareza

Na tentativa de “economizar” jogadores para o Brasileirão, o clube poupou peças importantes num jogo crucial de Libertadores. Foi uma escolha questionável, ainda mais por não respeitar a mística e o peso da competição continental. O castigo foi imediato: ao perceber o erro, a Filipe Luís queimou substituições de forma desesperada, mas já era tarde demais.

7. Luxúria

Por fim, o Flamengo foi vítima do próprio encantamento com o elenco estrelado. A sensação de que sempre há alguém para resolver tirou a coletividade do time. Apostando em lampejos individuais e no brilho de nomes consagrados, o time se esqueceu do básico: futebol se ganha com organização, aplicação e humildade.

Extra: O erro capital

Como se tudo isso não bastasse, o time ainda viu Léo Pereira cometer um erro bizarro ao tocar com a mão na bola dentro da área, resultando no pênalti que iniciou a derrota. Um pecado sem categoria entre os sete clássicos, mas digno de figurar como um oitavo – a negligência.


James Brito
Autor
26 anos, natural de Vitória da Conquista (BA), jornalista em formação pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). Curioso por natureza, busca no esporte um campo infinito para observar, aprender e comunicar.