Morre Luiz Octavio Vaz, um dos responsáveis pelo urubu ser mascote do Flamengo

Atualizado: 23/02/2025, 20:18
Luiz Octávio Vaz (esquerda), Romilson Meirelles e Victor Ellery com a mascote do Flamengo, um urubu

O Flamengo publicou uma nota em homenagem a Luiz Octavio Vaz, que faleceu neste domingo (23). Ele foi um dos quatro amigos que contribuíram para a transformação do urubu em mascote do clube, ao soltar o animal para voar no Maracanã, o que fez do urubu um símbolo do rubro-negrismo.

"O Flamengo se despede de Luiz Octavio Vaz, um dos torcedores que, em 1969, soltaram um urubu no Maracanã – e o que era provocação virou símbolo de raça e paixão. Assim nasceu nossa mascote. Obrigado por fazer parte da nossa história. Descanse em paz", divulgou.

Urubu do Flamengo: a história da mascote e sua relação com um antigo mascote do Vasco

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Como o urubu se tornou mascote do Flamengo

Foto: Reprodução/Flamengo

O episódio ocorreu em um clássico contra o Botafogo, no dia 1º de junho de 1969. Até aquele momento, o termo racista "urubu" era utilizado para estereotipar e ofender o clube, especialmente seus torcedores, que eram em sua maioria negros e de classe baixa.  

Em resposta a essa provocação, o grupo de amigos de Luiz Octávio Vaz, que incluía Romilson Meirelles, Victor Ellery e Erick Soledade, decidiu levar um urubu ao estádio, que estava lotado com mais de 150 mil pessoas.

“O nosso objetivo era calar as torcidas adversárias, que ironizavam o fato da torcida do Flamengo ter muitos negros. Escolhemos um jogo contra o Botafogo porque era o maior rival do Flamengo na época”, declarou Luiz Octávio ao 'ge', em 2009.

O animal foi solto antes da entrada dos dois times. Após alguns instantes em que parecia que iria cair, ele ganhou altitude e voou pelo gramado, levando os torcedores rubro-negros à loucura. "É urubu, é urubu, é urubu!", gritavam.  

O gesto trouxe sorte ao Flamengo, que venceu o Botafogo por 2 a 1, e a partir desse momento, o urubu se tornou a mascote do clube.

 


James Brito
Autor
26 anos, natural de Vitória da Conquista (BA), jornalista em formação pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). Curioso por natureza, busca no esporte um campo infinito para observar, aprender e comunicar.