A metamorfose de Filipe Luís: do sub-20 à final da Libertadores em um ano

7 mins
Atualizado: 05/11/2025, 08:43
Filipe Luís em coletiva após Flamengo x Racing

Quando 2024 começou, Filipe Luís era uma promessa no comando do Sub-17 do Flamengo. No final de 2025, ele é o arquiteto da campanha do Flamengo em duas frentes, a caminho de uma final de Libertadores e disputando o título do Brasileirão. 

A sua ascensão foi rápida, uma transição de ídolo em campo para comandante na área técnica, mas não foi isenta de turbulência.  Este é o resumo do primeiro ano de Filipe Luís como treinador.

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A ascensão de Filipe Luís: recusa a CBF e a conquista de títulos

Aposentado como jogador no final de 2023, Filipe Luís mergulhou nos estudos para obter as licenças de treinador da CBF. 

A sua primeira decisão veio em janeiro de 2024, quando foi convidado pela CBF para ser Coordenador Técnico da Seleção Brasileira.

Ele recusou. A sua ambição era o campo. O Flamengo ofereceu-lhe o caminho: assumiu o Sub-17, onde foi campeão da Copa Rio. 

Em junho de 2024, foi promovido ao Sub-20 e, em poucos meses, conquistou o Mundial de Clubes da categoria. Quando Tite foi demitido, assumiu como interino e em um início avassalador, conquistou a Copa do Brasil de 24 e acabou por ser efetivado.

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A prancheta de Filipe: o paradoxo tático

A filosofia de Filipe Luís é uma importação dos seus anos na Europa, sob a tutela de Diego Simeone e José Mourinho. 

O seu pilar é a solidez defensiva. Ele prioriza linhas compactas, uma pressão organizada e um controle de bolas paradas e cruzamentos laterais. 

A defesa do Flamengo é a prova do seu sucesso. Na Libertadores a equipe chega a final com apenas 5 gols sofridos em 12 jogos. No Brasileirão os números impressionam ainda mais. Em 30 partidas, a equipe rubro-negra levou apenas 16 gols.

No ataque, ele é flexível. O seu sistema base é o 4-2-3-1, mas ele varia para um 4-4-2 ou até um 3-4-3 para criar superioridade numérica contra a pressão adversária.

Como ex-lateral, a sua marca tática é o protagonismo dos alas. Ele exige que os seus laterais deem amplitude e profundidade, criando superioridade pelos flancos.

Taticamente, Filipe Luís é um paradoxo: uma influência de Simeone na defesa, priorizando a estrutura, mas com foco na amplitude dos laterais no ataque e na saída de bola com 3 jogadores para criar superioridade no meio. Ele fundiu as suas experiências.

O gestor e as polêmicas

Se a sua tática é híbrida, a sua filosofia de gestão é focada no grupo acima do indivíduo. Isso gerou faíscas no balneário do Flamengo.

A primeira crise explodiu em julho. Após um jogo, o treinador não hesitou em criticar publicamente o seu principal avançado, Pedro, dizendo que a atitude do jogador nos treinos era "deplorável, quase ridícula". 

Pedro respondeu nas redes sociais, classificando a fala como "desrespeitosa", criando uma crise pública que a diretoria teve de gerir.

A segunda polêmica veio em agosto, após a eliminação da Copa do Brasil. Numa coletiva, Filipe Luís falou sobre a opinião online: "As cobranças do torcedor do Flamengo, rede social que eu nem comento, é uma selva. Se você se guiar pelas redes sociais, não está a verdade ali… A verdade está no estádio".

Esta declaração gerou reações. Ele não pareceu compreender que, para o Flamengo — um clube com a maior parte da sua torcida espalhada pelo Brasil e que não pode ir ao estádio —, as redes sociais são o estádio. Ao desvalorizar o "digital", ele pareceu desconectado da base dos torcedores.

Veredito de Lima

O ano de 2025 foi a educação de Filipe Luís. Ele provou ser um mestre tático. Mas teve de aprender, através de crises públicas, que treinar o Flamengo é 50% tática e 50% gestão de crises. 

Hoje, contra o São Paulo, ele gere os desfalques. Nas próximas três semanas, ele gere a ansiedade da lesão de Pedro. Em Lima, ele terá o seu veredito.

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