Lucas Doria diz que tem 'um pouco de Olivinha' e celebra sonho de jogar no FlaBasquete
Lucas Doria tem poucos dias de Flamengo, mas mostra forte identidade com o clube e indica que pode conquistar o coração da Nação. O pivô foi anunciado oficialmente pelo FlaBasquete na última quarta-feira (8) e viveu dias agitados desde então.
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Em entrevista exclusiva ao MundoBola Flamengo, o reforço se apresenta aos torcedores e explica quais são suas principais características. Ele se compara a Olivinha, ídolo do basquete rubro-negro, quando o quesito é raça em quadra.
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"A primeira coisa que eu falaria do meu estilo de jogo é que sou bem raçudo, estou sempre dando 100%. Jogo bem forte. Sou um jogador muito inteligente. Consigo passar a bola, me posicionar bem, finalizo bem embaixo da cesta. Brigo muito bem pelos rebotes, principalmente ofensivamente. Marco bem, todas as posições. Sou um bom jogador defensivo. Mas sempre dando o máximo, com muita vontade, raça mesmo. Um pouquinho do Olivinha", comenta.
Lucas Doria é filho de Celso Bueno Doria, ex-jogador que atuou pelo Flamengo e pela Seleção como Ala nos anos 80.
Ele comenta esse legado familiar, que tem ainda Paulo Villas Boas, padrinho de seu irmão, como figura importante no basquete nacional, sendo campeão carioca pelo Flamengo em 1999, além de títulos pela Seleção, como os Sul-Americanos, Pré-Olímpico das Américas, Jogos Pan-Americanos, entre outros.
"É um sonho realizado jogar pelo Flamengo. Qualquer pessoa que cresceu assistindo o NBB, igual eu cresci, ainda tem essa potência do meu pai, que jogou. Padrinho do meu irmão, que é o Paulinho Villas Boas, também fez bastante história aqui no Flamengo. Sempre foi um sonho jogar num clube com tanto prestígio, campeão tantas vezes. O melhor time das Américas, fora da NBA", afirma.
Lucas relata ainda que essa emoção foi vivida pelo pai à distância, já que ele contou por ligação. Mas a felicidade foi geral, assim como de toda a família.
"Uma vitória em família, pelo histórico. Mas é uma conquista individual também, jogar em um clube com tanto prestígio. Meu pai ficou muito feliz por mim, meu irmão, família toda. Infelizmente, não estava com ele, teve que ser uma ligação por facetime, mas foi bem legal ligar e contar que eu jogaria no Flamengo", conta.
Lucas Doria diz que não dormiu e nem perguntou salário quando Flamengo entrou na jogada
O jogador conta a reação quando foi procurado pelo Flamengo. Ele relata como foram as conversas e diz que sequer dormiu quando soube que vestiria o Manto Sagrado.
"Fiquei muito feliz quando soube (que jogaria no Flamengo). Estava no México ainda, em fim de temporada. Deu aquela vontade de terminar o quanto antes para poder já vir para cá. Mas tem que ter profissionalismo. As conversas foram até muito rápidas, pela questão da necessidade de um pivô do Flamengo. Minha disponibilidade. Foi bom, não teve muito estresse. Só de saber que tinha a chance de vir para o Flamengo, não conseguia dormir a noite", comenta.
Além disso, o FlaBasquete não era a única opção. Mas Lucas Doria não quis saber nem quanto ganharia e pediu para seu agente fechar o acordo imediatamente.
"Tinha negociação com outras equipes, mas quando o meu agente falou que o Flamengo estava interessado, nem perguntei quanto ia ganhar. Falei só, 'pode assinar'. Flamengo, não tive nem dúvida", relata.
Os dias foram movimentados, e ele conta uma rotina incrível até o início dos treinos na Gávea.
"Estamos treinando. Cheguei do México na segunda, de São Paulo, na quarta, 5h da manhã, e já estava treinando às 8h. Foco total para essa temporada do NBB. Deu para dar uma treinada, agora é encaixar no time, saber quais serão minhas funções, o esquema tático e tudo. Mas isso se cria com o tempo. Quanto mais trabalhar, facilita a transição", diz.
Reforço do FlaBasquete é amigo de Ruan Miranda
O FlaBasquete buscou Lucas Doria para suprir a ausência de Ruan, pivô que rompeu o Ligamento Cruzado Anterior (LCA) do joelho direito na Seleção Brasileira.
Os dois, inclusive, jogaram juntos e criaram uma boa amizade. Por isso, Lucas fica triste pela lesão do colega de profissão.
"Fiquei muito chateado quando soube do Ruan. Joguei com ele dois meses no Paulistano. Gosto do Ruan para caramba. Tinha esse carinho a mais por ele. Ele estava num momento... pivô da Seleção Brasileira, não dá para negar o momento que estava tendo", inicia.
Pode ser difícil substituir um craque desse nível, mas Lucas Doria promete que fará de tudo para estar no mesmo patamar. No entanto, o Manto do Orgulho da Nação já terá seu peso.
"Tem um peso extra (substituir o Ruan), mas o peso já está na camisa do Flamengo. Vou fazer tudo que eu posso para suprir essa ausência. Estou torcendo muito pelo Ruan. Posso ter vindo para substituir ele, mas nunca vou parar de torcer. É um amigo meu. Quero que volte melhor do que nunca e continue no mesmo passo de antes", continua.
Lucas Doria, então, afirma que quer ser campeão de tudo que puder pelo FlaBasquete.
"Tomara que a gente ganhe todos os títulos. Vim aqui para o Flamengo para isso. Sempre vi o Flamengo ganhando tudo, na minha vez, não será diferente. Vamos brigar por todos os títulos e tentar ganhar o NBB de novo, depois de alguns anos sem ganhar. Super 8, NBB e BCLA", afirma.
A boa passagem de Lucas Doria pelo México
Lucas Doria chega de boa passagem pelo Fuerza Regia, equipe mexicana que ele espera que tenha o deixado mais maduro.
"Minha passagem pelo Fuerza Regia foi de muito aprendizado. Depois de cinco anos no Paulistano, fui para um time totalmente diferente. Campeonato totalmente diferente também. Era um time de caras muito veteranos, de muita experiência, aprendi muito com eles. Ganhar esse espaço de novo. Você está acomodado quando está em um time há muito tempo. Vai para um time novo, tem que brigar por espaço. Em um campeonato sem contrato garantido. Foi uma experiência bem legal.", comenta, antes de continuar:
"Consegui jogar bem no México. Tomara que isso tenha me feito um jogador mais maduro, com mais bagagem. É algo que acaba te dando confiança. Tomara que isso se reflita no NBB", complementa.
Lucas se mostra satisfeito com os números que conseguiu fora do Brasil.
"Joguei por dois times, Fuerza Régia e o Fresnillo Gambusinos. Consegui acabar em terceiro na liga, em rebotes. Acabei com uma média de dez pontos, oito rebotes. Foi uma boa passagem", avalia.
Com Lucas Doria, Alexey e seus demais craques, o FlaBasquete estreia no NBB no dia 18 de outubro, contra o Bauru, após ser campeão do Torneio Abertura do NBB, que prepara as equipes para a temporada oficial.
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