Libra ignorou alerta sobre lacuna em contrato antes de imbróglio com Flamengo

Atualizado: 11/10/2025, 09:17
Libra Flamengo

A Liga Brasileira de Futebol (Libra) foi formalmente avisada sobre uma lacuna no critério de divisão de receitas por audiência no final de 2024, meses antes do conflito com o Rubro-Negro vir à tona. A cúpula da Libra, no entanto, optou por ignorar o alerta. As informações são do jornalista Rodrigo Mattos, do "UOL".

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O centro da discórdia é a divisão de 30% do contrato de R$ 1,3 bilhão, que deveria ser baseada na audiência de cada clube. A regra básica foi estabelecida em setembro de 2024, ainda na gestão de Rodolfo Landim, mas carecia de detalhamento sobre como a medição e os pagamentos seriam feitos.

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A revelação crucial é que, no final daquele ano, o advogado Flávio Zveiter, um dos fundadores da Libra e atual vice-presidente da CBF, solicitou uma reunião com o presidente da liga, Julio Casares (do São Paulo), e o então secretário-geral, Raul Guerrero.

No encontro, Zveiter alertou para a existência de uma "lacuna" no estatuto referente aos critérios de audiência, explicando que a falta de uma regulamentação clara poderia gerar futuros questionamentos judiciais. Apesar do aviso, os dirigentes da Libra entenderam que não havia problema e nenhuma alteração foi feita no documento.

Escalada do conflito entre Libra e Flamengo

Com o estatuto inalterado, a situação se arrastou até 2025. Em fevereiro, uma nova assembleia da Libra ratificou o documento com outras modificações, mas o item sobre a divisão por audiência permaneceu vago. Internamente, a liga alega que nesta reunião foi concedido poder ao CEO, Silvio Matos, para determinar a fórmula dos pagamentos, mas não há nenhum registro em ata que confirme essa delegação de função.

A tensão aumentou em maio, quando a Libra convocou uma reunião para finalmente deliberar sobre os parâmetros de audiência. O encontro evoluiu e, em agosto, o tema passou a ser uma proposta de mudança apresentada pelo próprio Flamengo.

Foi nesse ponto que o acordo ruiu de vez. Durante a votação, o Flamengo rejeitou a fórmula de cálculo apresentada pela Libra. A liga, por sua vez, sustenta que o que foi rechaçado, na verdade, foi a proposta de mudança feita pelo Rubro-Negro.

Sem consenso, o Flamengo buscou a Justiça do Rio de Janeiro para garantir seus direitos, resultando no bloqueio de R$ 77 milhões.

A omissão da liga em corrigir uma falha apontada meses antes do litígio fortalece a posição do Flamengo na disputa judicial que definirá o futuro da divisão das cotas de TV de vários clubes do futebol brasileiro.

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James Brito
Autor
26 anos, natural de Vitória da Conquista (BA), jornalista em formação pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). Curioso por natureza, busca no esporte um campo infinito para observar, aprender e comunicar.