Flamengo, Estudiantes e Conmebol reagem à denúncia de violação antidoping

Atualizado: 04/10/2025, 14:21
Samu Lino disputa na corrida com marcador em Flamengo x Estudiantes

Um fato novo envolvendo Flamengo x Estudiantes, pela Libertadores, surgiu na última sexta-feira (3). A ONG 'Deporte Sin Drogas', ou seja, Esporte sem Drogas, denunciou uma suposta violação das leis antidoping na Argentina.

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No país, foi publicado que o representante da ONG, Algo Sergio Parodi, apresentou a queixa à promotora Ana María Russo. A alegação é de que os controles de dopagem na partida de volta, em La Plata, não teriam sido realizados. Além disso, o representante afirma que a ausência dos testes configuraria 'doping coletivo', infringindo a Lei Nacional n.º 26.912, que controla a questão no esporte argentino.

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O MundoBola Flamengo, porém, apurou com fontes confiáveis dos três envolvidos que os testes aconteceram normalmente.

Em contato com a Conmebol, a reportagem apurou que os testes antidoping aconteceram com normalidade nas partidas de ida e volta das quartas de final da Copa Libertadores. A fonte da entidade afirma que pôde averiguar que todos os controles foram cumpridos sem falta nas partidas.

Além disso, o Flamengo também reagiu com estranheza a essa notícia. Uma pessoa ligada à diretoria do clube diz não entender como surgiu a denúncia, afirmando que todas as obrigações foram cumpridas. Ele confirma que o Flamengo realizou, sim, exames antidoping em ambos os jogos.

Por fim, o Estudiantes também deu sua resposta à reportagem do MundoBola Flamengo. Os argentinos garantem que os controles antidoping foram realizados normalmente, confirmando que o Estudiantes também participou de todos os exames.

A reportagem busca mais detalhes junto a ONG Deporte Sin Drogas, que protocolou a denúncia, para entender como ela surgiu. 

Detalhes da denúncia da ONG sobre Flamengo x Estudiantes, pela Conmebol Libertadores

A estranha acusação aponta dedos para figuras importantes do esporte argentino e sul-americano. A denúncia aponta para Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol, como um dos principais culpados, além de Claudio 'Chiqui' Tapia, que é o presidente da AFA.

O Ministro do Turismo, do Meio Ambiente e Esportes da Argentina, Daniel Scioli, também é citado. Além disso, a denúncia busca considerar a equipe do Estudiantes como vítima no imbróglio. 

Parodi afirma que a Agência Mundial Antidoping (WADA) não existe em território argentino. Por isso, seria impossível realizar os exames em conformidade com os protocolos internacionais.

De acordo com a ONG, os citados são responsáveis por "facilitar o mafioso delito de antidoping". A nota diz que a Argentina carece de laboratórios da Agência Mundial de Antidoping e pede a intervenção da mesma, assim como do Tribunal Arbitral do Esporte.

A íntegra da denúncia 

O MundoBola Flamengo teve acesso a íntegra da denúncia apresentava pela ONG. Mas o texto carece de evidências e provas enxutas, citando apenas a ausência de um laboratório reconhecido pela Agência Mundial de Antidopagem no país. O barulho feito se mostra mais político e institucional do que esportivo, minimizando qualquer ameaça a vaga do Flamengo. Confira.

"Solicita urgente e imediata intervenção da Agência Mundial Antidoping.

Senhora Promotora Federal de La Plata

Dra. Ana María Russo

Aldo Sergio Parodi se apresenta diante de Vossa Senhoria no marco da Lei nº 26.912 e denuncia que Alejandro Domínguez, Claudio Tapia e Daniel Scioli são os responsáveis por facilitar o mafioso crime de doping no futebol profissional, visto e considerando que a Lei nº 26.912 é violada desde a sua entrada em vigor.

De fato, a Argentina carece de laboratórios acreditados pela Agência Mundial Antidoping, motivo pelo qual não houve controle na relevante partida internacional entre Estudiantes de La Plata e Flamengo do Brasil, a qual se disputou nesta jurisdição, que obviamente não conta com um laboratório acreditado conforme determina a Lei nº 26.912.

Nesse contexto, é muito evidente que existe uma sinistra cumplicidade entre o Estado Nacional, a Conmebol e a AFA, já que é grave, suspeito e preocupante que não haja controle antidoping nesta jurisdição sob sua responsabilidade.

Se não há controle, há doping coletivo; se há doping coletivo, há crime; se há crime, há fraude; e se há fraude, há máfia.

Isso é o que deve ser investigado.

Além disso, deve ser solicitada a urgente intervenção dos organismos internacionais competentes (Agência Mundial Antidoping e Tribunal Arbitral do Esporte), visto que, ao se violar o marco jurídico da Lei nº 26.912, devem ser declarados nulos, ilegítimos e fraudulentos todos os torneios organizados pela Conmebol e pela AFA, já que, ao não haver laboratórios argentinos homologados pela Agência Mundial Antidoping, na prática não há e nunca houve controle antidoping nesta jurisdição.

É isso que deve explicar o senhor Daniel Scioli, Ministro do Turismo, Meio Ambiente e Esportes da Nação, autoridade de aplicação da Lei nº 26.912.

Estamos diante de um escândalo mundial gerado por Conmebol, AFA e um Estado Nacional ausente, que facilitam o mafioso negócio do crime de doping coletivo.

O fato específico e pontual da partida entre Estudiantes de La Plata e Flamengo evidenciou o descontrole vigente, que obviamente facilita a ação operacional da máfia do doping.

Solicito que seja dada intervenção ao Club Estudiantes de La Plata, vítima deste corrupto e mafioso descontrole gerado pela violação da nossa Lei nº 26.912 desde a sua entrada em vigor.

Creio que esta causa deve marcar um ponto de inflexão, para que em La Plata haja um laboratório acreditado pela Agência Mundial Antidoping, nos termos da Lei nº 26.912.

Há crime, há doping, há máfia e, obviamente, há uma lei violada por aqueles que lucram com o multimilionário negócio da Copa Libertadores da América e dos torneios da AFA.

Será Justiça.

Aldo Sergio Parodi

Deporte sin Droga", conclui.

Em campo, o Flamengo conquistou a vaga, eliminando o Estudiantes nos pênaltis. Agora, o Rubro-Negro encara o Racing na semifinal e segue sonhando com o tetracampeonato que seria inédito no Brasil. A princípio, e de acordo com os posicionamentos dos três envolvidos, não há qualquer temor para o Flamengo e a vaga está totalmente assegurada.

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Erick Viana
Autor
Jornalista formado pela UniCarioca e pós-graduado em Jornalismo Esportivo. Especializado na cobertura do Flamengo, une paixão pelo esporte e pela comunicação para levar informação com credibilidade e emoç...