Flamengo corre contra o tempo para replanejar a temporada

Atualizado: 12/08/2024, 20:09
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O últimos dos três confrontos recentes entre Flamengo e Palmeiras, no curto intervalo de dez dias, teve uma amostragem diferente dos duelos pela Copa do Brasil, nos quais os mandantes tiveram uma atuação mais dominante. O empate por 1 a 1, no Maracanã, reviveu questionamentos sobre a capacidade do grupo e um sinal de alerta para a sequência desgastante de jogos.

O Mengão fez uma boa partida, principalmente na primeira etapa, na qual o goleiro adversário foi destaque por defesas difíceis. Contudo, a série de jogos em pouco espaço de tempo parece ter cobrado o físico do time, que oscilou bastante na marcação pressão no ataque, que foi determinante para a atuação dominante na vitória por 2 a 0 na Copa do Brasil, contra o mesmo Palmeiras.

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Outro fator que não é habitual na essência rubro-negra, principalmente no Maracanã lotado, foi a dificuldade do Flamengo em se sobrepor nas ações ofensivas. O gol de Arrascaeta acontece numa das poucas oportunidades em que o Mengão teve na segunda etapa. O time adversário conseguiu encaixar a marcação na saída de bola do Fla, forçando passes longos e pouca posse.

Rubro-Negro terá que ir ao mercado para ter fôlego nas três principais competições

A grande maratona de jogos apresentou para o Flamengo, ao final da partida no último domingo, a consequência mais preocupante para o restante da temporada. O clube precisará ir ao mercado encorpar seu elenco, em busca de se manter vivo na Libertadores, Copa do Brasil e Brasileiro.

Com um orçamento bilionário, se espera que um clube deixe o mata-mata nacional como terceira opção. No entanto, o Flamengo usou força máxima nos confrontos contra o Palmeiras na Copa do Brasil. Com isso, o rendimento físico da equipe despencou no jogo de domingo.

Além disso, as lesões de Everton Cebolinha e Viña expuseram ainda mais a falta de peças para o Mais Querido se manter tranquilo na disputa das três competições e também como o desgaste físico impacta nos atletas. Outro quesito que agrava essa percepção é a ausência de segurança da comissão técnica nos jovens revelados pelas categorias de base do clube.

Escassez de peças de reposição e Gabigol cada vez mais próximo de um adeus

A ausência de mais um meia criativo tem sido um problema no Flamengo há tempos. Com a ascensão de Lorran no período da Copa América, existiu um leve sinal de que Arrascaeta, finalmente, teria um substituto. No entanto, a joia rubro-negra acabou oscilando e perdendo espaço.

De La Cruz também atuou pela posição, mas mexer em sua zona de atuação é abrir uma lacuna muito complicada de ser preenchida à altura. Allan foi testado, mas tem características distintas e não vive bom momento. A opção mais comum é deslocar Gerson da ponta para o meio, o que gera uma lacuna para os lados de ataque.

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Everton Cebolinha, Luiz Araújo e Bruno Henrique são os três atacantes mais habituados em atuar pelos lados. No entanto, o Camisa 11 só deve voltar a atuar em 2025 e BH tem sofrido com lesões. O Mengão começou o ano com dois laterais para cada lado defensivo. No entanto, com a lesão de Viña, e uma possível venda de Wesley, os dois lados sofrerão demais com a ausência de peças.

E mais um setor que preocupa é o ataque. Pedro não conta com substitutos que cheguem perto do seu atual desempenho no momento. Gabigol não apresenta as melhores condições há meses e tem visto seus últimos dias com o Manto Sagrado se aproximarem. Carlinhos é o substituto natural, mas não tem demonstrado que, tecnicamente, esteja no nível de um clube com as ambições do Flamengo.

O Mengão tem uma gama de jogadores estrelados, de alto nível, mas para aguentar a exigência do calendário brasileiro é preciso ter mais peças e de nível similar. Só assim há possibilidade de brigar por tudo com capacidade. Os desafios dentro e fora de campo estão sendo igualmente desafiadores para o único clube do G4 vivo em todas as competições.


James Brito
Autor
26 anos, natural de Vitória da Conquista (BA), jornalista em formação pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). Curioso por natureza, busca no esporte um campo infinito para observar, aprender e comunicar.