Flamengo confirma momento financeiro histórico com recordes e dívida controlada

Atualizado: 31/10/2025, 18:07
As finanças do Flamengo

O Flamengo divulgou o balancete do terceiro trimestre de 2025 e confirmou um quadro de recordes. Até setembro, a receita total chegou a aproximadamente R$ 1,56 bilhão, e a projeção é encerrar o ano acima de R$ 1,8 bilhão. O relatório atribui o desempenho ao avanço das receitas recorrentes, gestão do Maracanã, transferências de atletas e participação na Copa do Mundo de Clubes.

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Mesmo com o ritmo intenso de investimentos, o Flamengo encerra o terceiro trimestre consolidando os melhores resultados financeiros de sua história. O clube combina recordes de receita, superávit expressivo e baixa no endividamento. A geração de caixa, crescimento das receitas estáveis e o controle das despesas aproximam o Fla dos 2 bilhões de reais de receita. 

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Receita recorrente e projeção de receita total

A receita recorrente somou R$ 1,05 bilhão até setembro. A linha recorrente considera as fontes operacionais do futebol sem venda de atletas, como bilheteria, sócio torcedor, direitos de transmissão, patrocínios e licenciamentos. Em termos de variação, o clube aponta crescimento de 27% sobre o mesmo período de 2024.

A projeção para a temporada é de R$ 1,3 bilhão de receita recorrente. Somando com a movimentação de atletas, o total acumulado alcança cerca de R$ 1,56 bilhão até o terceiro trimestre.

Com base nesses números e em contratos já firmados, a diretoria projeta fechar a temporada com faturamento acima de R$ 1,8 bilhão. Montante que consolidaria o maior resultado anual da história de um clube brasileiro.

Copa do Mundo de Clubes e geração de caixa

Gráfico mostra geração de caixa Flamengo no 3º trimestre 2025

O Flamengo encerrou o terceiro trimestre de 2025 com fluxo de caixa positivo de R$ 173,9 milhões. O desempenho foi impulsionado principalmente pela Copa do Mundo de Clubes, que gerou impacto direto no caixa do período.

A participação no torneio rendeu ao clube aproximadamente R$ 152 milhões em premiações, valor que engloba cotas de participação e bônus por desempenho. Além da premiação, o clube também recebeu valores ligados a publicidade e ações comerciais realizadas durante o torneio.

O relatório também atribui o bom desempenho de caixa à entrada de receitas de patrocínio e licenciamentos. O contrato com a Betano, novo patrocinador master, prevê R$ 80 milhões em 2025 dentro de um acordo total de R$ 268 milhões, o maior da história do clube.

Houve ainda incremento nas receitas com o Maracanã, que chegaram a R$ 99 milhões até setembro, resultado de maior rentabilidade por partida e novas fontes como estacionamento e camarotes. Além das premiações dos torneios desta temporada. 

Com isso, o caixa livre consolidado do Flamengo chegou a R$ 266 milhões ao fim do trimestre. Desse total, R$ 225 milhões estão sob administração direta e R$ 41 milhões na Fla-Flu Serviços, empresa responsável pela operação do Maracanã.

O número representa crescimento de cerca de R$ 174 milhões em relação a dezembro de 2024. A diretoria destaca que esse nível de liquidez oferece segurança para suportar eventuais atrasos de receitas e imprevistos, mantendo o clube em posição financeira sólida.

Transferências de atletas 

Até setembro, as receitas com movimentação de atletas somaram R$ 510,9 milhões. Esse total é a soma de venda de direitos federativos, receitas sobre vendas por terceiros, empréstimos e mecanismo de solidariedade. O relatório explicita as grandes negociações de 2025 com valores de conversão para reais.

  • Wesley para a Roma por 25 milhões de euros, registrado em aproximadamente R$ 154,1 milhões.
  • Carlos Alcaraz para o Everton por 15 milhões de euros, com registro aproximado de R$ 90,8 milhões.
  • Matheus Gonçalves para o Al Ahli por 8,5 milhões de euros, com registro aproximado de R$ 51 milhões.
  • Fabrício Bruno para o Cruzeiro por 7 milhões de euros, com registro aproximado de R$ 43,7 milhões.
  • Total de receitas com movimentação de atletas até 30/09/2025: de R$ 510,9 milhões.

Do outro lado, o investimento total em atletas no ano incluindo compra de direitos, luvas de assinatura e renovações foi de R$ 599,3 milhões até setembro. Aqui entram as compras, parcelas de negócios passados, renovações, luvas, comissões, impostos e outros custos de negociação.

Receita compra/venda atletas Flamengo nos últimos 5 anos

Uma conta simplificada de “compras menos vendas” não reflete o saldo real do período. Um fator para isso, por exemplo, é que muitas compras são parceladas ao longo de vários anos, enquanto parte relevante das receitas de venda entra de forma mais imediata.

Na leitura de fluxo de caixa, o relatório mostra que a movimentação de atletas foi superavitária em R$ 271 milhões até setembro, resultado do volume elevado de negociações e do cronograma favorável de pagamentos. Ou seja, mesmo com mais gastos, o valor que entrou no caixa foi positivo e muito relevante. 

Ebitda recorrente, margem e superávit

O Ebitda recorrente somou R$ 278 milhões de janeiro a setembro. O indicador representa o lucro operacional antes de descontos, ou seja, mostra quanto o clube efetivamente gera de caixa nas suas atividades do dia a dia. Número que não considera vendas de atletas ou receitas financeiras.

A margem operacional recorrente ficou em 27,9% no acumulado, cerca de 10%  acima do mesmo período de 2024. O relatório afirma que o índice atingiu um patamar histórico para o Flamengo e relaciona a melhora a duas alavancas principais:

Gráfico mostra Ebtida Flamengo 3 trimestre 2025 e compara com anos anteriores

A primeira é o crescimento das receitas estáveis, impulsionado por maior ocupação e melhor preço médio no Maracanã, patrocínios e avanço nas licenças de produtos oficiais. A segunda é a eficiência nas despesas operacionais, com renegociação de contratos e redução nos custos de serviços e materiais.

O superávit total acumulado nos nove meses chegou a R$ 329 milhões. O documento ressalta que, mesmo sem a Copa do Mundo de Clubes, o resultado teria superado R$ 200 milhões. 

Gráfico mostra superávit Flamengo 3 trimestre

Flamengo segue reduzindo dívida líquida 

O Flamengo mantém o endividamento operacional líquido (EOL) como principal referência para medir sua dívida. Essa métrica mostra o quanto o clube deve, já descontando o dinheiro em caixa e os valores que ainda tem a receber.

Em 30 de setembro, o EOL estava em R$ 114,3 milhões, o que representa uma redução de R$ 213,1 milhões desde o fim de 2024. O relatório aponta que a dívida líquida corresponde a 12,1% da receita total dos últimos doze meses, um nível considerado baixo até para clubes europeus.

Isso significa que, para cada R$ 100 arrecadados, o Flamengo tem R$ 12 em obrigações líquidas. Cenário que mostra solidez financeira, mesmo com gastos elevados com o futebol.

Somando todas as despesas esportivas, administrativas e comerciais, o clube desembolsou R$ 876,8 milhões até setembro, mas conseguiu equilibrar as contas com geração de caixa e aumento expressivo nas receitas.

Endividamento líquido Flamengo nos últimos 10 trimestres

Compras e contratações: custo total e formato de pagamento

As adições no ativo intangível, que reúnem direitos econômicos, luvas e comissões, somaram R$ 599,3 milhões até setembro. O montante inclui as contratações realizadas nas duas janelas de 2025 e reflete o custo contábil completo das operações, incluindo impostos, taxas e despesas de intermediação.

Os valores mais significativos correspondem às chegadas de Samuel Lino, Jorge Carrascal e Emerson Royal, que elevaram o investimento total da temporada. As demais aquisições, como Juninho, Jorginho, Danilo e Saúl Ñíguez, completam a lista.

O relatório reforça que parte relevante desses pagamentos é parcelada em prazos de dois a quatro anos, o que suaviza o impacto no fluxo de caixa. Já as receitas de vendas, em vários casos, entram de forma mais imediata. Isso explica por que o saldo contábil de movimentação de atletas aparece superavitário em R$ 271 milhões, mesmo com o alto investimento registrado no ativo.

O documento deixa claro que o Flamengo segue investindo pesado em reforços, mas dentro de um model que preserva o equilíbrio financeiro no curto prazo.

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Matheus Celani
Autor
Jornalista graduado no Centro Universitário IBMR, 23 anos, natural do Rio de Janeiro. Amante da escrita e um completo apaixonado pr futebol, vôlei e esportes olímpicos.