Favorecido em todos os cenários, Atlético-MG troca Libra por LFU e culpa o Flamengo

O Atlético-MG anunciou, nesta terça-feira (28), a saída da Libra e o retorno à Liga Forte União (LFU). O discurso de “cooperação” e “visão coletiva”, porém, não encontra respaldo nos números. Em todos os modelos de divisão de receitas debatidos dentro da Libra, o clube mineiro aparecia entre os principais beneficiados, enquanto o Flamengo era o único a registrar perdas expressivas.
➕ Guia de Apostas na Libertadores 2025: odds, palpites e dicas para lucrar nos jogos decisivos
O Atlético decidiu deixar o bloco e justificou a mudança alegando discordar da “visão individualista” do Flamengo pela liminar que bloqueia repasses. Contudo, a nota reforça o caráter político da decisão e o uso do Rubro-Negro como alvo em uma disputa focada em interesses financeiros e mascarada de preocupação com o futuro do futebol brasileiro.

Autorizada pela Portaria SPA/MF Nº 2.090, de 30 de dezembro 2024 | +18 | Publicidade | T&C Aplicam-se | Jogue com Responsabilidade.
Apesar do anúncio, o Atlético-MG segue vinculado à Globo até 2029, pelo contrato assinado dentro do bloco da Libra. Isso significa que, na prática, o clube vai continuar atrelado às condições comerciais do grupo.
Na nota oicial, o Atlético também informou que a Sports Media Entertainment vai adquirir parte dos direitos econômicos do clube relacionados ao Campeonato Brasileiro.
O texto, no entanto, não explica como essa operação será estruturada, limitando-se a dizer que respeitará contratos vigentes e dependerá de “aprovações necessárias”. Até o momento, nenhum detalhe concreto sobre valores, percentuais ou prazos foi revelado.
Dirigente do Atlético-MG mira o Flamengo
O CEO do Atlético, Bruno Muzzi, foi direto ao citar o Flamengo como motivo para a saída. “O Atlético não compactua com essa visão individualista que, principalmente, o Flamengo vem tendo”, afirmou à Rádio Itatiaia. O dirigente ainda declarou que a convivência na Libra só não era saudável com o Flamengo que "só tumultuou".
As falas contrastam com os dados debatidos entre os clubes. Mesmo nos formatos que o Rubro-Negro tentou negociar como meio-termo, o Atlético mantinha ganhos garantidos superiores a R$ 26 milhões por temporada em relação a 2024.
Flamengo perde em todos os modelos da Libra; Atlético ganha em todos
Como revelou o MundoBola Flamengo em reportagem anterior, o Flamengo é o único clube que perde receita em todos os cenários projetados pela Libra. Dependendo do modelo, a redução varia de R$ 49 milhões a mais de R$ 100 milhões.
| Clube | Receita 2024 | Cenário 1 (Libra) | Diferença | Cenário 4 (Intermediário) | Diferença |
Cenário 6 (Flamengo) | Diferença |
| Flamengo | R$ 300 milhões | R$ 197,5 mi | -R$ 102,5 mi | R$ 125,5 mi | -R$ 84,5 mi | R$ 250,8 mi | -R$ 49,2 mi |
| Atlético-MG | R$ 96 milhões | R$ 123,5 mi | +R$ 27,5 mi | R$ 122,8 mi | +R$ 26,8 mi | R$ 122,7 mi | +R$ 26,7 mi |
Liga unificada e o debate que nunca existiu
O Atlético-MG afirma que o retorno à LFU tem como objetivo "contribuir para a criação de uma liga unificada". A menção, porém, entre em choque com declarações recentes do presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista. O mandatário garantiu não existir um debate real entre os clubes sobre estrutura de liga, regulamento ou governança.
Segundo Bap, as conversas se restringiram à divisão de receitas, sem qualquer avanço sobre temas que realmente modernizam o futebol brasileiro.
"Estamos há nove meses discutindo o dinheiro que o Flamengo cede os aos outros. O resto não entra em pauta. Não houve cinco minutos de debate sobre como organizar o futebol brasileiro", disse o presidente rubro-negro
"Entre o discurso e a prática tem que ter muito trabalho, muita união e muito profissionalismo. E hoje não tem tanto trabalho, quase nenhuma união e não tem gente profissional cuidando disso", concluiu.














