Corinthians tenta conter colapso financeiro e encerra 2025 com dívida de R$ 2,7 bilhões

Atualizado: 08/11/2025, 11:27
Escudo do Corinthians na camisa preta

O Corinthians vive o momento financeiro mais crítico de sua história. O balancete de julho aponta dívida de R$ 2,7 bilhões e déficit acumulado de R$ 103 milhões nos primeiros sete meses do ano. Desse total, R$ 655 milhões se referem ao financiamento da Neo Química Arena.

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O restante envolve obrigações trabalhistas, tributárias, empréstimos e pendências com outros clubes e jogadores. A diretoria revisou o orçamento e agora prevê fechar 2025 com prejuízo de R$ 83,3 milhões. A estimativa inicial era de superávit, mas o clube perdeu o controle sobre as despesas e já admite dificuldades para cumprir compromissos imediatos.

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Com o caixa pressionado, o Corinthians tenta antecipar receitas e renegociar contratos de patrocínio e TV. O custo da Arena continua sendo o principal entrave, com juros e amortizações acima de R$ 120 milhões por ano.

A gestão de Osmar Stabile trata o momento como de sobrevivência e tenta frear o avanço da dívida com cortes e reestruturações emergenciais. Só com Memphis Depay, por exemplo, o clube tem dívida de R$ 23 milhões. O foco é chegar a 2026 com fluxo previsível e sem novos bloqueios da Fifa.

Estrutura da dívida e impacto dos juros

O resultado operacional é positivo quando se desconsideram juros e depreciações. Até julho, o déficit foi de apenas R$ 3 milhões, mas o gasto de R$ 121 milhões com juros ampliou o prejuízo total. O clube social segue no vermelho, com perdas de R$ 26,5 milhões, enquanto o futebol profissional teve superávit de R$ 13 milhões.

O problema está no peso dos encargos e na dificuldade em reduzir o passivo acumulado. A dívida total combina R$ 1,948 bilhão em obrigações do clube e R$ 675 milhões com a Caixa Econômica Federal pelo estádio.

A Pluri Sports classificou o cenário como insustentável e destacou o impacto das despesas fixas do Parque São Jorge, que superam R$ 180 milhões anuais.

Em outubro, Osmar Stabile criou um comitê de planejamento e reestruturação financeira. O grupo é responsável por propor cortes de custos, revisar contratos e sugerir novas formas de captação de recursos.

A diretoria pretende adotar um modelo de gestão técnica, com metas e análise detalhada do orçamento. O objetivo é conter gastos, aumentar receitas e recuperar credibilidade no mercado financeiro.

Busca por empréstimo e antecipação de receitas

Sem fluxo suficiente para os últimos meses do ano, o Corinthians estuda um empréstimo de R$ 100 milhões. A operação seria feita com a LFU (Liga Forte União), por meio da antecipação de cotas de 2026. Segundo ata do conselho, o clube precisa de R$ 72,5 milhões até dezembro e mais R$ 27,5 milhões em janeiro.

O dinheiro serviria para pagar despesas imediatas e encerrar o transfer ban imposto pela Fifa. A punição foi aplicada em agosto, após o não pagamento de R$ 40 milhões ao Santos Laguna pela compra do zagueiro Félix Torres.

Além do caso com o time mexicano, o Corinthians enfrenta condenações na Fifa e no CAS que somam mais de R$ 120 milhões. Os débitos envolvem Talleres, Shakhtar Donetsk, Philadelphia Union e Midtjylland.

O clube também foi condenado a pagar R$ 41 milhões ao paraguaio Matías Rojas. Caso o valor não seja quitado, o time pode sofrer novo bloqueio para registro de jogadores em 2026.

Receita atingiu recorde em 2024, mas desequilíbrio chama a atenção 

Mesmo com crescimento expressivo da receita em 2024, as despesas avançaram em ritmo maior. Os gastos totais chegaram a R$ 1,3 bilhão, e o clube social continua sendo o principal foco de desequilíbrio.

A diretoria avalia cortar parte da folha salarial, uma das mais altas do país. O plano inclui saídas de atletas com altos vencimentos e revisão de contratos de funcionários e prestadores de serviço.

O clube negocia novo patrocínio máster e estuda mudanças nos naming rights da Neo Química Arena. A meta é triplicar o valor do contrato atual, de R$ 300 milhões até 2040.

Perspectiva do Corinthians para 2026

O planejamento prevê ajustes a partir de janeiro, com cortes de custos e venda de jogadores. Breno Bidon e Gui Negão são considerados ativos importantes para geração de caixa.

Mesmo com o esforço, o Conselho Fiscal admite que não há perspectiva de redução do endividamento no curto prazo. O clube segue operando sob alto risco e depende de crédito para fechar o fluxo de 2026.


Matheus Celani
Autor
Jornalista graduado no Centro Universitário IBMR, 23 anos, natural do Rio de Janeiro. Amante da escrita e um completo apaixonado pr futebol, vôlei e esportes olímpicos.