Bruno Henrique é denunciado pelo STJD por manipulação de resultados
A procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) denunciou formalmente o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, por manipulação de resultado. A acusação alega que o jogador forçou o recebimento de um cartão amarelo na partida contra o Santos, pelo Brasileirão de 2023, com o objetivo de gerar lucros em sites de apostas para seu irmão. Caso condenado, o atleta pode enfrentar uma suspensão de até dois anos.
➕Bruno Henrique vira réu por manipulação de apostas
Segundo o "UOL", a denúncia, que se apoia em um inquérito da Polícia Federal, enquadrou Bruno Henrique em dois artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). O primeiro, artigo 243, se refere a "atuar deliberadamente, de modo prejudicial à equipe que defende".
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A procuradoria aplicou o agravante do parágrafo 1º, que considera a obtenção de vantagem financeira, elevando a punição prevista para uma suspensão de 360 a 720 dias.
O segundo enquadramento é no artigo 243-A, que trata de "atuar, de forma contrária à ética desportiva, com o fim de influenciar o resultado de partida". Como o objetivo, o recebimento do cartão, foi alcançado, a pena pode variar de 12 a 24 partidas de suspensão.
Provas e argumentação da procuradoria do STJD
De acordo com a reportagem de Rodrigo Mattos, do "UOL", a base da denúncia são as provas colhidas na esfera criminal, incluindo diversas capturas de tela de conversas por WhatsApp entre o jogador e seu irmão, Wander Nunes Pinto Junior. Nos diálogos, Bruno Henrique supostamente avisa sobre a intenção de ser advertido com o cartão, ciente de que o irmão realizaria apostas com base na informação privilegiada.
"A materialidade e autoria estão evidenciadas por todos os registros de conversas em aplicativo de mensagens extraídos da investigação policial (...) e pela própria dinâmica do jogo ocorrido em 01/11/2023, na qual o jogador, nos acréscimos da partida contra o Santos, provocou intencionalmente seu terceiro cartão amarelo", afirma a procuradoria na denúncia.
O órgão entendeu que houve vantagem financeira para o atleta, ainda que de forma indireta.
"A infração foi cometida mediante promessa de vantagem econômica - ainda que não diretamente para o atleta, mas em benefício de seu irmão e rede de contatos", argumenta o texto, ressaltando que a conduta teve uma "motivação economicamente viciada".
Além do jogador do Flamengo, foram denunciados seu irmão e outras três pessoas (Claudinei Vitor Mosquete Bassan, Andryl Reis e Douglas Barcelos) por se beneficiarem da informação para apostar. Enquadrados no artigo 242 do CBJD (oferecer vantagem para influenciar resultado), eles podem ser multados e até banidos do esporte.
Próximos passos
A denúncia agora será analisada pela primeira instância do STJD, que decidirá se acata as acusações e leva os envolvidos a julgamento. Ainda não há uma data definida para a sessão. Paralelamente, o caso também corre na Justiça comum, onde Bruno Henrique já se tornou réu após denúncia pelo Ministério Público do Distrito Federal. A defesa do atleta nega as acusações e já tentou, sem sucesso, anular o processo em instâncias superiores.
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