Análise tática - Santos 1x0 Flamengo: o 'Camisa 9' fez falta
A história do futebol é repleta de jogos onde ter a bola não significa ter o controle do resultado. A derrota do Flamengo por 1 a 0 para o Santos, na noite da última quarta-feira (16), na Vila Belmiro, foi um capítulo clássico dessa narrativa.
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Com um domínio territorial avassalador, o time comandado por Filipe Luís trocou passes, envolveu o adversário, mas esbarrou em um problema crônico na partida: a falta de uma referência ofensiva para transformar posse em perigo real.
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Taticamente, o Flamengo se postou como dono do jogo desde o início. Os 74% de posse de bola e os 10 chutes a gol, contra 8 do adversário, pintam um quadro enganoso se analisados isoladamente. O Rubro-Negro, com um trio de ataque formado por Plata, Bruno Henrique e Luiz Araújo, demonstrou paciência e qualidade na construção das jogadas.
No entanto, o volume se concentrava longe da área santista. Sem um centroavante de ofício, um "camisa 9" clássico como Pedro, o time carecia de um ponto de referência para finalizar as jogadas e ocupar os zagueiros.
A ausência do artilheiro, pivô da crise interna vivida nos últimos dias, foi sentida a cada cruzamento sem destino e a cada bola que rondava a área sem um definidor.
Segundo dados da plataforma "Sofascore", o Flamengo produziu apenas uma "grande chance" de gol em toda a partida, que foi o cabeceio de Danilo ainda no primeiro tempo. Em contrapartida, o Santos, que adotou uma estratégia reativa e apostou nos contra-ataques, criou três, abrindo o placar com a qualidade de Neymar.
Mexidas de Filipe Luís não deram certo
Se a ausência de um centroavante já era um problema, as decisões táticas de Filipe Luís durante o segundo tempo agravaram o cenário.
Aos 17 minutos da etapa final, o treinador sacou o volante Allan, um dos melhores em campo e responsável pela proteção na entrada da área, para a entrada de De la Cruz. A troca quebrou o equilíbrio defensivo do time. Pouco depois, a saída de Luiz Araújo para a entrada de um Cebolinha em má fase não surtiu o efeito ofensivo desejado.
O resultado foi um Flamengo desorganizado. O Santos, que até então mal conseguia respirar, ganhou campo e confiança. O castigo veio aos 38 minutos: um erro de passe de Arrascaeta no meio-campo gerou o contra-ataque fatal, concluído por Neymar. O gol não foi um acaso, mas a consequência de um time que perdeu sua solidez e se expôs.
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