Análise tática - Racing 0x0 Flamengo: na raça e na inteligência, Mengão chega à final da Libertadores

Atualizado: 30/10/2025, 08:56
Bruno Henrique, do Flamengo, e seus companheiros comemoram a classificação para a final após o jogo de volta da semifinal da Copa CONMEBOL Libertadores 2025 entre Racing Club e Flamengo, no Estádio Presidente Perón, em Avellaneda, Argentina, em 29 de outu

O empate por 0 a 0 contra o Racing, na noite desta quarta-feira (29), no El Cilindro, em Avellaneda, garantiu o Flamengo na final da Libertadores em Lima. Mas a classificação, conquistada após 40 minutos com um jogador a menos, não foi fruto do acaso. Foi resultado de uma estratégia tática que começou móvel, se adaptou às dificuldades e terminou com uma aula de "jogo argentino" e solidez defensiva.

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Para o jogo de volta, Filipe Luís promoveu o retorno de Léo Ortiz à zaga, recuperado de lesão. No entanto, a principal alteração foi no comando de ataque. Sem Pedro, o técnico optou por escalar Gonzalo Plata em uma função mais centralizada.

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A ideia era formar um trio de ataque leve e de intensa movimentação com Plata, Luiz Araújo e Carrascal. Na prática, o equatoriano não atuou como um pivô fixo. Ele flutuou por esquerda, direita e pelo centro, muitas vezes trocando de posição com Arrascaeta, que também se infiltrava na área.

O Racing tentou responder com o que se esperava: marcação alta e pressão na saída de bola rubro-negra. Contudo, o Flamengo não sentiu a pressão do El Cilindro e, taticamente, foi superior no primeiro tempo. O time manteve a posse de bola e criou múltiplas chances com Varela, Arrascaeta e Luiz Araújo.

O único desajuste do plano era que Plata, muitas vezes acionado nas pontas, tinha dificuldade em receber a bola próximo à área, fazendo o time perder a referência central. Quando o Racing adiantava as linhas e forçava o "chutão", a dupla Pulgar e Jorginho foi vital, ganhando as segundas bolas e mantendo o controle do meio-campo.

Defesa do Flamengo foi decisiva contra Racing

Mesmo quando o ataque não fluía perfeitamente, a defesa rubro-negra teve uma noite de gala. O Flamengo entrou em campo claramente preparado para as principais armas do Racing, que são as bolas longas e cruzamentos.

Léo Pereira foi o dono do jogo pelo alto, rebatendo inúmeras bolas. Ao seu lado, Léo Ortiz, apesar de sentir o tornozelo logo no início, manteve a firmeza. Quando a zaga foi vazada, Rossi apareceu com segurança, especialmente em uma cabeçada de Conechny aos 11 minutos. O goleiro argentino também foi crucial para "esfriar" o jogo quando necessário.

Flamengo mostra maturidade após expulsão de Plata

A maturidade coletiva do primeiro tempo foi posta à prova aos 10 minutos da segunda etapa, com a expulsão de Gonzalo Plata. Com um a menos, a estratégia criativa ruiu.

Filipe Luís agiu rápido. A prioridade máxima passou a ser a defesa. O técnico sacrificou a criação, sacando Arrascaeta, Carrascal e Luiz Araújo para povoar o sistema defensivo com Danilo, Royal e Saúl.

O próprio treinador explicou a mudança após o jogo: o Racing ataca com muitos jogadores na última linha (em esquemas "2-1-7" ou "3-1-6"), e a solução foi espelhar essa lotação.

"Acreditamos que a linha de 5 seria importante para defender esses cruzamentos, as trocas foram pensando nesse ponto. Deu certo", comemorou Filipe Luís.

Com a nova formação, o Flamengo abdicou de atacar e entrou em modo de sobrevivência. Bruno Henrique foi o único homem de frente, com a dupla missão de brigar sozinho na frente e reforçar a bola aérea defensiva.

O Racing, previsivelmente, apostou tudo no "chuveirinho". Foram quase 40 bolas cruzadas na área rubro-negra. A equipe argentina, no entanto, esbarrou na própria limitação técnica e em uma defesa intransponível. Léo Pereira e Rossi se agigantaram.

O Flamengo, então, mostrou que também sabe fazer o "jogo argentino". O time soube sofrer, gastou o tempo, parou o jogo e esfriou o ímpeto adversário. Não foi um massacre do Racing; foi um jogo seguro e controlado do Rubro-Negro, que só foi ameaçado pelo volume do adversário, e não pela qualidade. Uma atuação aguerrida, competitiva e com a alma que a Libertadores exige.

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James Brito
Autor
26 anos, natural de Vitória da Conquista (BA), jornalista em formação pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). Curioso por natureza, busca no esporte um campo infinito para observar, aprender e comunicar.