Análise tática - Flamengo 3x0 Red Bull Bragantino: vitória que encaminha título e dá bons sinais para Lima
O adeus ao Maracanã antes do embarque para Lima não poderia ter sido roteirizado de forma melhor. Com arquibancada lotada e apoio incondicional por 90 minutos, o Flamengo venceu o Red Bull Bragantino por 3 a 0 na noite do último sábado.
➕ Torcedores do Atlético-MG entram em pânico com possível título do Flamengo na Arena MRV
Mais do que os três pontos que deixam o nono título brasileiro a um passo da Gávea, a vitória serviu para retomar a confiança do torcedor, abalada após o revés no clássico contra o Fluminense, e como um laboratório tático crucial para Filipe Luís visando à final da Libertadores.
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O triunfo levou o Rubro-Negro aos 74 pontos, abrindo quatro de vantagem sobre o Palmeiras (70), restando apenas três rodadas. A matemática agora é simples e animadora.
Se vencer o Atlético-MG em Belo Horizonte na terça-feira, e o time paulista perder para o Grêmio, o Flamengo embarca para o Peru com a faixa de campeão nacional no peito.
Testes de Filipe Luís dão respostas animadoras
O jogo tinha caráter decisivo pelo Brasileirão, mas os olhos da comissão técnica também miravam a final da Libertadores.
Sem Pedro (lesionado) e Plata (suspenso para a finalíssima), o ataque rubro-negro tornou-se uma incógnita para a decisão em Lima. No entanto, os 90 minutos contra o Bragantino ofereceram respostas sólidas.
Filipe Luís montou um time que, embora mantivesse a posse, precisava ser mais agudo. A solução passou por um Arrascaeta mais próximo da área, flertando com a função de falso nove, e um Everton Cebolinha elétrico pelas pontas.
Nos primeiros 14 minutos, Cebolinha foi responsável por três das cinco finalizações do time. O camisa 11, que disputava posição, parece ter vencido a corrida contra Samuel Lino, que vive má fase técnica, e se credenciou como titular para a final. A dinâmica ofensiva fluiu, com Carrascal e Plata (que jogou, mas estará fora da final) municiando o setor.
O primeiro tempo, apesar do 0 a 0, evidenciou uma dependência criativa de Arrascaeta. Sem ele no clássico passado, o time foi estéril. Com ele em campo hoje, o Flamengo teve volume, cruzamentos precisos e passes verticais.
Flamengo tem 2º tempo primoroso
Bastaram quatro minutos da etapa final para o jogo se resolver. Após erro na saída de bola do Bragantino, Jorginho foi rápido no raciocínio e serviu Arrascaeta. O uruguaio, com a frieza habitual, limpou a marcação e tocou com categoria, quase como em uma mesa de sinuca. 1 a 0.
Cebolinha, infernizando a defesa pela esquerda, sofreu pênalti. Jorginho cobrou com perfeição para ampliar. Já com Bruno Henrique em campo (substituindo Plata no intervalo), o camisa 27 recebeu de Arrascaeta para fechar a conta.
Com o 3 a 0 no placar e um adversário entregue, Filipe Luís rodou o elenco pensando no desgaste físico. Sacou os pilares Arrascaeta, Cebolinha e Jorginho para as entradas de Samuel Lino, De La Cruz e Wallace Yan.
A vitória estancou a sangria da derrota no clássico, consolidou a liderança e elevou o moral para a decisão da Libertadores. A semana que se inicia promete ser uma das mais intensas da história recente do clube.
Entre a possibilidade de gritar "É Campeão" na terça-feira contra o Atlético-MG e a ansiedade pelo tetra da América, o torcedor do Flamengo viverá dias de pura emoção.
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