Análise tática - Flamengo 2x0 São Paulo: Mengão mantém estilo avassalador em meio ao caos extracampo
A vitória por 2 a 0 sobre o São Paulo, neste sábado (12), em um Maracanã pulsante, foi muito mais do que a conquista de três pontos e a manutenção da liderança do Brasileirão. Foi uma demonstração de força, uma aula tática e, acima de tudo, um momento de tranquilidade em meio a uma das semanas mais turbulentas do clube nas últimas temporadas.
➕'Quase fiquei vesgo': jornalistas expõem frustração com amasso do Flamengo sobre São Paulo
Pressionado por uma crise interna deflagrada pelo "caso Pedro" e por polêmicas na gestão do futebol, o time de Filipe Luís entrou em campo carregando um peso que ia além da responsabilidade de vencer. E a forma como o time se portou foi a de uma equipe madura, focada em blindar o gramado do caos dos bastidores.
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Desde o apito inicial, o que se viu em campo foi, talvez, a versão mais fiel do que o técnico Filipe Luís idealiza para o Flamengo: um time de intensidade avassaladora. A estratégia era clara; sufocar o São Paulo em seu próprio campo de defesa. A marcação alta, com as linhas adiantadas, impedia a saída de bola tricolor, forçando erros e retomadas rápidas.
Allan e Jorginho como ponto de equilíbrio
O primeiro tempo foi um monólogo rubro-negro. Com a bola, o Flamengo tinha em sua dupla de volantes, Allan e Jorginho, o seu ponto de equilíbrio. Jogando como se estivesse há anos no clube, o camisa 21, em sua estreia por um time brasileiro em solo nacional, ditou o ritmo ao lado do contestado camisa 29, que fez um ótimo jogo.
Juntos, eles foram os maestros de um meio-campo que controlou o jogo, fazendo a bola circular com paciência e inteligência. O São Paulo, acuado, foi um mero espectador, raramente ultrapassando a linha central.
Contudo, essa superioridade esbarrava em um velho fantasma: a falta de efetividade. Apesar das oito finalizações e 65% de posse de bola na primeira etapa, o placar continuava zerado. Léo Ortiz, com liberdade, foi quem mais teve chances, acertando a trave e obrigando o goleiro Rafael a fazer grandes defesas. Plata também quase marcou após grande jogada coletiva.
Luiz Araújo mostra que individualidade resolve
Se o coletivo funcionava, faltava o brilho individual para incendiar o jogo. E ele veio no segundo tempo. O Flamengo voltou do intervalo com a mesma pegada, e a insistência foi premiada aos 16 minutos.
Foi quando Luiz Araújo, em um lance de pura categoria, dominou na entrada da área e acertou um chute indefensável, no ângulo. Uma verdadeira obra-prima para destravar o placar e coroar a superioridade rubro-negra.
O gol mudou a dinâmica da partida. Com a vantagem, o Mais Querido demonstrou maturidade tática. Recuou sutilmente suas linhas, entregando a bola a um São Paulo que, mesmo com mais espaço, não soube o que fazer com ela. A defesa rubro-negra, liderada por Léo Pereira e Ortiz, foi impecável, e o goleiro Rossi terminou o jogo como um espectador de luxo, sem precisar fazer uma única defesa.
Filipe Luís, então, usou o banco para renovar o fôlego da equipe. Com De la Cruz, Everton Cebolinha e o jovem Wallace Yan, o time ganhou nova energia para seguir pressionando e evitar qualquer susto. A recompensa final veio nos acréscimos. Aos 50 minutos, em mais uma jogada de Luiz Araújo, Wallace Yan, esperto, aproveitou o rebote para empurrar para o fundo do gol e selar o placar.
A vitória incontestável serve para acalmar os ânimos. Mostra um elenco focado e um trabalho tático em evolução. Se a paz é um artigo de luxo no Flamengo, este triunfo categórico compra, ao menos, alguns dias de calma e confiança para a sequência desafiadora do campeonato. O próximo adversário é o Santos, na quarta-feira (16), na Vila Belmiro, às 20h, também pelo Brasileirão.
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