Análise tática - Flamengo 0x1 Atlético-MG: erros custam caro e reforços amenizam impacto da derrota
A caminhada do Flamengo na Copa do Brasil ficou seriamente ameaçada. Diante de mais de 64 mil torcedores no Maracanã, o Rubro-Negro foi superado pelo Atlético-MG por 1 a 0 na noite de quinta-feira (31), em partida válida pelo jogo de ida das oitavas de final.
➕Notas de Flamengo 0x1 Atlético-MG: palmas para Samuel Lino, mas críticas à defesa
O resultado obriga o Mengão a vencer por dois ou mais gols de diferença na Arena MRV para avançar de fase sem depender de uma disputa por pênaltis.
Apostas ao VivoAutorizada pela Portaria SPA/MF Nº 2.090, de 30 de dezembro 2024 | +18 | Publicidade | T&C Aplicam-se | Jogue com Responsabilidade.
A derrota dolorosa passa, de forma evidente, pela falha individual de Léo Pereira, que resultou no gol de Cuello. No entanto, resumir o revés a um único lance seria uma análise superficial. O resultado negativo foi construído por uma combinação de decisões estratégicas questionáveis e um desempenho coletivo abaixo do esperado.
O técnico Filipe Luís se viu diante de um dilema: priorizar a Copa do Brasil ou poupar jogadores para defender a liderança no Brasileirão. Apenas três titulares habituais, Arrascaeta, Jorginho e Bruno Henrique, foram preservados.
A decisão, porém, se mostrou custosa. O time não descansou o suficiente para o Brasileirão e, ao mesmo tempo, não teve força máxima para se impor contra um adversário que claramente prioriza as copas. A ausência de Arrascaeta e Jorginho foi particularmente sentida no coração da equipe.
Sem a lucidez e a visão de jogo da dupla, o meio-campo rubro-negro se mostrou anêmico na criação, embora Allan e Evertton Araújo não tenham feito um jogo ruim. Luiz Araújo e Plata, atuando como "falsos armadores", não conseguiram suprir a lacuna, resultando em um volume de jogo que raramente se traduziu em perigo real.
Outro ponto tático que gerou questionamentos foi o posicionamento de Luiz Araújo. O camisa 7, um dos principais destaques da temporada atuando pelo lado direito, foi deslocado para a esquerda para acomodar Matheus Gonçalves. A mudança neutralizou sua principal força, e ele teve uma atuação apagada, longe do seu potencial.
Números traduzem pouca efetividade do Flamengo
Apesar de ter 62% da posse e finalizar 17 vezes, o Flamengo criou o mesmo número de chances claras de gol que o Atlético-MG: quatro. O time mineiro, por sua vez, foi mais eficiente. Com uma marcação individual agressiva que novamente dificultou as ações do Flamengo, o adversário aproveitou os espaços deixados nas costas dos volantes rubro-negros, especialmente com Igor Gomes, novidade na escalação.
Além do gol capitalizado por Cuello após o erro de Léo Pereira, o Atlético teve outras oportunidades para ampliar, evidenciando que sua vitória não foi um acaso.
Samuel Lino anima torcida em meio à derrota
Nem tudo, porém, foi negativo para o Flamengo. A estreia do atacante Samuel Lino, que entrou aos 12 minutos do segundo tempo, foi o grande alento. Com personalidade e habilidade, o reforço de R$ 141 milhões incendiou a partida pelo lado esquerdo, quase deu uma assistência para Royal e chegou a marcar um gol, corretamente anulado por impedimento.
Sua atuação imediata o credencia como uma solução para a ponta-esquerda e uma esperança de maior poder ofensivo para o jogo da volta. O novo lateral e o meia Saúl também tiveram bons momentos na estreia e prometem elevar o nível do Mais Querido.
Agora, o Flamengo volta suas atenções para o Ceará, no domingo, pelo Brasileirão. A missão na Copa do Brasil, no entanto, ficou para a próxima quarta-feira, em um confronto decisivo na Arena MRV, onde apenas uma grande atuação poderá manter o time vivo na competição.
Leia também
