Análise Tática - Flamengo 0x0 Cruzeiro: 'Intensidade europeia' no terceiro empate seguido em casa

Atualizado: 03/10/2025, 18:47
FLAMENGO X CRUZEIRO - CAMPEONATO BRASILEIRO - MARACANA - 02-10-2025

Em uma noite de xadrez tático no Maracanã, Flamengo e Cruzeiro fizeram um jogo de muita transpiração e pouca inspiração, terminando em um frustrante 0 a 0. O sentimento, para o torcedor rubro-negro, foi de uma oportunidade perdida de se isolar na ponta do Campeonato Brasileiro.

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O técnico Filipe Luís classificou o confronto como de "intensidade europeia", mas a verdade é que, no fim das contas, sobrou tática e faltou a técnica que decide jogos.

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Filipe Luís optou pelo retorno dos laterais Varela e Alex Sandro e a consolidação de Saúl e Jorginho no meio. A grande surpresa, no entanto, foi a manutenção de Gonzalo Plata como referência no ataque, deixando Pedro no banco pelo segundo jogo consecutivo. A escolha, segundo o treinador, foi puramente estratégica.

"O Cruzeiro é o time que joga com a linha mais alta do campeonato. Se você não estica essa linha, se não incomoda, você fica no seu campo o jogo todo. A opção foi puramente pelo plano de jogo", justificou Filipe Luís. 

A ideia era usar a velocidade de Plata para explorar espaços na defesa mineira e marcar a saída de bola. E nos primeiros minutos, a estratégia pareceu funcionar. O Flamengo começou em alta voltagem, com uma marcação pressão que sufocava a saída de bola do Cruzeiro e garantia a rápida recuperação da posse.

Com Jorginho e Saúl responsáveis pela armação e um Arrascaeta flutuando quase como um segundo atacante, o Fla criou a primeira e única grande chance do início do jogo. Aos cinco minutos, Jorginho achou Samuel Lino na segunda trave, que escorou de cabeça para o Camisa 10. Livre, na pequena área, o uruguaio não conseguiu desviar para o gol.

Defesas bem postadas no 1º tempo

Passado o ímpeto inicial, o que se viu foi um embate de defesas extremamente bem postadas. O Flamengo anulou o meio-campo cruzeirense, impedindo a principal arma do adversário: a transição rápida. Por outro lado, a equipe mineira congestionou a frente de sua área, bloqueando qualquer tentativa de infiltração rubro-negra.

O resultado foi um jogo travado no meio-campo, com muitos erros no terço final. Samuel Lino, em especial, teve uma noite de decisões equivocadas, prendendo a bola em excesso e irritando a torcida. A tensão e o encaixe tático se refletiram no número de faltas. Aos 25 minutos, o árbitro Ramon Abatti Abel já havia marcado 11 infrações e distribuído quatro cartões amarelos.

O Cruzeiro só foi assustar aos 35 minutos, obrigando o goleiro Rossi a fazer duas grandes defesas em sequência, garantindo o placar zerado na ida para o intervalo.

2º tempo mais aberto

A segunda etapa trouxe um jogo mais aberto. Com as duas equipes mais cansadas, os espaços apareceram, e os goleiros foram mais exigidos. Carrascal e Plata cresceram de produção.

O colombiano, em mais uma boa atuação, criou duas ótimas chances: uma cabeçada de Lino defendida por Cássio e um quase gol seu após cruzamento de Plata. O equatoriano também teve sua oportunidade cara a cara com o goleiro, que salvou com os pés.

No entanto, se o ataque melhorou, a defesa perdeu a solidez da primeira etapa. A recomposição ficou mais lenta, e o Cruzeiro explorou as costas de Varela, obrigando Rossi a se tornar o grande nome do Flamengo na partida com defesas cruciais.

A torcida clamava por Pedro, mas Filipe Luís demorou a mexer. Bruno Henrique entrou aos 17, mas o Camisa 9 e Luiz Araújo só foram a campo aos 35 minutos do segundo tempo. A essa altura, o ímpeto ofensivo do time já havia diminuído.

Para piorar, nos 15 minutos em que esteve em campo, Pedro não recebeu uma única bola em condições de finalizar. A expulsão de William, do Cruzeiro, aos 37, pouco mudou o cenário de um Flamengo já sem forças para buscar a vitória.

Ao apito final, o empate sem gols teve sabor de derrota para o Flamengo, que viu o Palmeiras diminuir a distância para apenas três pontos (55 a 52). Foi o terceiro empate seguido do Mengão, pelo Brasileirão, no Maracanã. (Grêmio, Vasco e Cruzeiro).

A equipe agora vira a chave e viaja para Salvador, onde enfrenta o Bahia no domingo (5), às 18h30, precisando recuperar fora de casa os pontos perdidos no Maracanã.

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James Brito
Autor
26 anos, natural de Vitória da Conquista (BA), jornalista em formação pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). Curioso por natureza, busca no esporte um campo infinito para observar, aprender e comunicar.