Análise tática de LDU 0x0 Flamengo: sem ar e sem criatividade

Atualizado: 22/04/2025, 23:20
LDU X FLAMENGO - COPA LLIBERTADORES - ESTADIO RODRIGO PAZ DELGADO

Na altitude de Quito-EQU, LDU e Flamengo empataram em 0 a 0 pela terceira rodada do Grupo C da Libertadores 2025, em uma partida marcada por muitos erros técnicos e poucas chances claras. O técnico Filipe Luís apostou numa estratégia já prevista: domínio de posse de bola para minimizar os efeitos da altitude.

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Durante o primeiro tempo, o Flamengo realmente conseguiu controlar o jogo com mais posse, mas teve dificuldades para transformar essa superioridade em chances reais. A melhor oportunidade da etapa inicial foi com Arrascaeta, que parou nas mãos do goleiro Gonzalo Valle após boa jogada entre Gerson e Juninho.

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A LDU, por sua vez, soube aproveitar os erros de passe do meio-campo rubro-negro para encaixar contra-ataques perigosos. Com transições rápidas e lançamentos longos, chegou a assustar em finalizações com Alzugaray e Quiñónez, mas pecou na pontaria.

A equipe equatoriana também explorou os espaços deixados por Wesley e Ayrton Lucas nas laterais, obrigando a defesa rubro-negra a se desdobrar em cortes e coberturas, especialmente com boas ações de Léo Ortiz e Pulgar.

Segunda etapa mais equilibrada entre LDU e Flamengo

Na segunda etapa, Filipe Luís tentou mudar o cenário ofensivo do Flamengo com entradas de Pedro, Luiz Araújo e Everton Cebolinha. No entanto, os problemas de criação persistiram, com erros recorrentes nos passes finais e na tomada de decisão.

A chance mais clara do Mais Querido veio dos pés do Camisa 7, que arrancou do meio-campo, passou por dois marcadores e finalizou por cima, desperdiçando uma oportunidade rara de gol.

Do lado da LDU, as principais jogadas surgiram em bolas paradas e cruzamentos laterais. O atacante Estrada, que entrou no segundo tempo, teve a melhor chance do jogo aos 47 minutos, após cobrança de escanteio rápido.

Ele subiu nas costas de Wesley e cabeceou com perigo, mas mandou para fora. A equipe equatoriana ainda chegou a marcar um gol em impedimento, bem anulado pela arbitragem.

O desgaste físico causado pela altitude foi evidente na reta final da partida, especialmente no Flamengo. Ayrton Lucas, sentindo muito o ritmo, precisou ser substituído. O time se retraiu nos minutos finais, resistindo à pressão da LDU e garantindo o ponto fora de casa, apesar da queda de intensidade.

Resultado refletiu atuações dos times

Taticamente, o Flamengo apresentou uma postura mais reativa do que o habitual, condicionado pela altitude. Com a bola, a equipe teve dificuldades para acelerar o jogo, e quando o fez, esbarrou na desorganização ofensiva.

A ausência de um centroavante de referência na primeira etapa, com Juninho atuando mais móvel, não deu certo, e o time melhorou em presença de área com a entrada de Pedro, embora a criação continuasse deficiente.

Defensivamente, o time se portou bem, embora tenha sofrido com a velocidade e movimentação dos atacantes equatorianos, além de ceder muitos escanteios e bolas alçadas. Rossi teve atuação segura, fazendo defesas importantes e saindo bem nas bolas aéreas.

No fim, o 0x0 refletiu bem o que foi o jogo: um duelo travado, tenso e de baixa qualidade técnica, com um Flamengo que controlou territorialmente, mas não conseguiu transformar esse controle em perigo real, e uma LDU que teve as melhores chances, porém falhou na definição.

O empate mantém o grupo embolado e reforça a necessidade de ajustes no ataque rubro-negro para as próximas rodadas.


James Brito
Autor
26 anos, natural de Vitória da Conquista (BA), jornalista em formação pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). Curioso por natureza, busca no esporte um campo infinito para observar, aprender e comunicar.