Análise tática de Cruzeiro 2X1 Flamengo: Rubro-Negro sofre apagão e é castigado por ídolo

Atualizado: 05/05/2025, 18:45
CRUZEIRO X FLAMENGO - CAMPEONATO BRASILEIRO - ESTÁDIO MINEIRÃO - 04-05-2025

A derrota do Flamengo por 2 a 1 para o Cruzeiro, neste domingo (4), pela sétima rodada do Brasileirão, foi mais do que a perda da liderança: escancarou as limitações físicas e táticas de um time que vinha invicto na competição, mas que sucumbiu à intensidade do adversário no Mineirão.

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A noite teve roteiro cruel para os rubro-negros, com gol de Gabigol, ídolo do Flamengo, selando uma vitória construída com autoridade pelo clube mineiro, principalmente na segunda etapa. O resultado também apagou uma marca simbólica de Filipe Luís, que deixa de ter mais títulos do que derrotas como técnico do Mais Querido.

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O Flamengo começou melhor. Com posse de bola superior (60%) e quase o dobro de passes do Cruzeiro (308 contra 176), o time de Filipe Luís dominava territorialmente e tentou se impor com a mesma formação que atropelou o Corinthians na rodada anterior.

A construção lenta e cadenciada, com Gerson recuando para organizar e Pulgar protegendo a entrada da área, parecia funcionar. Mesmo saindo atrás após gol de Kaio Jorge, o Rubro-Negro reagiu com um golaço de Arrascaeta aos 43 minutos, que recolocou o time no jogo e deu a falsa impressão de que o domínio técnico garantiria a vitória.

2º tempo: apagão tático e físico

O problema começou na volta do intervalo, ou melhor, pela falta de leitura da comissão técnica. O Cruzeiro voltou para a segunda etapa mais intenso, adiantou suas linhas e começou a vencer as disputas físicas no meio-campo.

O Flamengo, que teoricamente chegava descansado após poupar o time titular no meio de semana, mostrava um cansaço anormal. Gerson e Arrascaeta, desgastados, pararam de acompanhar e criar; Pulgar ficou sobrecarregado, com De La Cruz fazendo um jogo bem abaixo.

E a defesa, especialmente Léo Pereira, passou a se perder nas bolas rápidas e nas infiltrações do ataque celeste.

Com o Flamengo correndo atrás da bola e sem conseguir sair da pressão, Filipe Luís demorou a reagir. A primeira troca veio só aos 21 minutos, e foi equivocada.

A saída de Pedro para a entrada de Michael pode ter atendido a uma lógica de velocidade, mas o contexto do jogo pedia força e presença física na área, não dribles curtos sem espaço, ainda mais com a má fase que vive o ponta-esquerda. As substituições que realmente fariam sentido (Luiz Araújo e Juninho) só vieram aos 37, tarde demais para conter o ímpeto mineiro.

A vitória do Cruzeiro foi sustentada por um domínio avassalador no segundo tempo: 12 finalizações contra apenas duas do Flamengo. Kaio Jorge, em noite inspirada, liderou a pressão com arremates perigosos e participação direta nas jogadas de maior perigo. 

Para fechar a noite ruim, a derrota veio dos pés de quem deu as maiores alegrias recentes para o torcedor Rubro-Negro. Gabriel Barbosa, marcado na história do Clube de Regatas do Flamengo, parou em Rossi na cobrança de pênalti, mas conseguiu aproveitar o rebote e marcar.

Vale enaltecer a atuação do goleiro argentino, que evitou que o resultado passasse de uma dura derrota para um vexame.

Tropeço acende alertas

A derrota tirou a liderança do Flamengo, que caiu para o segundo lugar com 14 pontos, dois a menos que o Palmeiras. Mais do que isso, expôs dúvidas em setores que pareciam consolidados.

Léo Pereira teve atuação muito abaixo da média e Danilo, reserva imediato, passa a ser cogitado para retomar espaço. O meio-campo, motor do time de Filipe Luís, mostrou sinais claros de esgotamento, o que obriga a comissão a repensar o rodízio. E a lesão de Cebolinha, substituído com problemas na panturrilha, preocupa para as próximas rodadas.


James Brito
Autor
26 anos, natural de Vitória da Conquista (BA), jornalista em formação pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). Curioso por natureza, busca no esporte um campo infinito para observar, aprender e comunicar.