Análise tática - Atlético-MG 0 (4)x(3) 1 Flamengo: falhas na ida custam caro na volta

Atualizado: 07/08/2025, 18:35
ATLETICO-MG X FLAMENGO - COPA DO BRASIL - ARENA MRV - 06-08-2025

O Flamengo se despediu da Copa do Brasil na noite de quarta-feira (6), na Arena MRV, com um misto de frustração e lições. A vitória por 1 a 0 sobre o Atlético-MG no tempo regulamentar, construída a partir de uma estratégia ousada e bem executada por Filipe Luís, não foi suficiente para reverter a desvantagem do primeiro jogo.

➕ Queda na Copa do Brasil faz Flamengo repensar temporada; entenda

Nos pênaltis, o time da casa levou a melhor por 4 a 3, mas a análise fria da partida em Belo Horizonte mostra que a eliminação começou a ser desenhada uma semana antes, no Maracanã.

Superbet
Superbet
4/5
proApostas ao Vivo

Autorizada pela Portaria SPA/MF Nº 2.090, de 30 de dezembro 2024 | +18 | Publicidade | T&C Aplicam-se | Jogue com Responsabilidade.

Filipe Luís surpreendeu ao mandar a campo uma equipe com Wallace Yan entre os titulares, formando um quarteto ofensivo dinâmico ao lado de Pedro, Everton Cebolinha e Plata. A mensagem inicial, com nomes como Arrascaeta e Samuel Lino no banco, poderia sugerir uma prioridade menor para o torneio, mas o que se viu em campo foi o oposto.

A movimentação constante dos homens de frente quebrou o sistema de marcação individual do Atlético-MG, que havia sido tão eficaz no Rio de Janeiro.

O resultado foi um primeiro tempo de amplo domínio rubro-negro. Com Wallace Yan e Pedro se revezando na referência e abrindo espaços, o Flamengo controlou a posse de bola de forma agressiva. Foi justamente da movimentação do quarteto que nasceu o gol.

Plata, em jogada pela direita, cortou para o meio e encontrou um passe preciso para Everton Cebolinha, que infiltrou como um centroavante, deixando o marcador no chão para abrir o placar aos 20 minutos.

A superioridade rubro-negra na primeira etapa poderia ter se transformado em uma vantagem mais elástica, que garantiria a classificação. Além de limitar o Atlético a chutes distantes e inofensivos, o Flamengo criou chances claras.

Jorginho parou em boa defesa de Everson e, nos acréscimos, Pedro, livre na pequena área, isolou uma oportunidade de ouro para fazer o 2 a 0. 

Queda de rendimento no 2º tempo

Na segunda etapa, o cenário mudou. O Atlético-MG ajustou sua postura, equilibrou as ações e passou a ameaçar o gol de Rossi, que se tornou um dos protagonistas com pelo menos seis defesas importantes, incluindo uma em finalização de Guilherme Arana.

O Flamengo, por sua vez, sentiu o ritmo e perdeu o ímpeto ofensivo. Ainda assim, teve outra chance cristalina de matar o confronto, quando Wallace Yan, livre, cabeceou para fora após um desvio em chute de Samuel Lino.

As entradas de Arrascaeta e Saúl buscaram retomar o controle do meio-campo e acalmar o jogo, o que o time conseguiu fazer na reta final, levando a decisão para as penalidades. Na marca da cal, a experiência de Arrascaeta, Jorginho e Saúl se converteu em gols, e uma defesa de Rossi na cobrança de Junior Alonso deixou a vaga nas mãos do Flamengo.

Contudo, os erros de Samuel Lino e, por fim, do jovem Wallace Yan, de 20 anos, que carregou nos ombros a responsabilidade da última cobrança, selaram o destino do clube na competição. A eliminação, dolorosa pela forma como se deu na disputa de pênaltis, não deve ser atribuída à performance em Belo Horizonte.

As escolhas do jogo de ida, com uma formação alternativa e jogadores fora de posição, pesaram demais. A boa atuação na Arena MRV serve como um alento e um indicativo de que Filipe Luís pode ter encontrado soluções táticas, mas também como uma dura lição de que em mata-mata, 180 minutos são decisivos, e não apenas 90.


James Brito
Autor
26 anos, natural de Vitória da Conquista (BA), jornalista em formação pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). Curioso por natureza, busca no esporte um campo infinito para observar, aprender e comunicar.